Após uma semana sem postar nada aqui, estou de volta, com uma longa e detalhada resenha do maravilhoso show do Twisted Sister no Via Funchal, que ocorreu no último sábado, 27/11. Peguei algumas fotos "emprestadas" do Whiplash, UOL e Rock Online...
Enjoy!
Antes de começar essa resenha, gostaria de convidar o amigo leitor a uma breve volta no tempo, mais especificamente à Novembro de 2009, pouco mais de um ano atrás, quando o Twisted Sister desembarcou pela primeira vez em nosso país. A expectativa era grande, porém, por motivos alheios à minha vontade, não pude comparecer ao show. Ah, e claro, lendo os comentários e resenhas posteriores (todos elogiando calorosamente a apresentação), minha angústia e remorso por não ter ido aumentavam cada vez mais.
A vida parecia não mais fazer sentido (destaque para a ênfase dramática!), até que foi anunciada uma nova tour da banda por aqui, num intervalo de apenas 1 ano! Pois é meus amigos e amigas, a vida me deu uma segunda chance!!! A mim e a outros infelizes bastardos que perderam o show anterior!
Pois bem, voltando aos dias atuais... finalmente chega o tão esperado 27 de Novembro de 2010, quando o Twisted Sister se apresenta novamente no Via Funchal, casa localizada na Vila Olímpia, bairro nobre de São
Paulo. Dessa vez o show seria diferente, pelo menos na parte visual: a banda deixou de lado sua maquiagem característica, utilizando como vestimenta "apenas metal e couro" (palavras dos próprios integrantes).
Mais tarde seria comprovado que esse fato não faria a menor diferença no resultado final. (pelo menos na opinião desse que vos fala!)
Os portões abriram-se pouco após as 20h, e quando o relógio marcava 20h40, teve início o show de abertura do Salário Mínimo, uma das bandas pioneiras do "Hard n' Heavy" nacional, que iniciou suas atividades em 1979, participou da lendária coletânea S.P. Metal (1984) e gravou sem debut, "Beijo Fatal" em 1987. Após uma longa pausa durante os anos 90/2000, a banda retomou atividades em 2007. Da formação original restaram China Lee (vocais) e Junior Muzilli (guitarra), acompanhados pelos ótimos músicos Daniel Beretta (guitarra), Diego Lessa (baixo) e Marcelo Ladwig (bateria, também integrante do King Bird).
Fizeram, como sempre, uma excelente apresentação, mesclando músicas do novo álbum, "Simplesmente Rock", de 2009, com clássicos dos anos 80, como "Cabeça Metal", "Dama da Noite" e "Beijo Fatal". China inclusive brincou, dizendo que havia se tornado evangélico, e ajoelhou-se para fazer uma "oração" contra o pagode, sertanejo e afins, momento hilário! A última música executada foi "Jogos de Guerra", após cerca de 40 minutos de apresentação, provando mais uma vez o valor do Salário na cena metal do Brasil. Vale destacar que a banda teve uma ótima recepção, como dificilmente vemos em shows de abertura.
SETLIST
01 - Eu Não Quero Querer Mais
02 - Beijo Fatal
03 - Delírio Estelar
04 - Sofrer
05 - Cabeça Metal
06 - Dama da Noite
07 - Anjo
08 - Noite de Rock
09 - Jogos de Guerra
Enquantos o público aguardava ansiosamente, clipes do Motörhead eram exibidos no telão, anunciando o vindouro show do trio comandado por Lemmy Kilmister em Abril do ano que vem.
Passados poucos minutos das 22h, já com a casa bastante cheia (porém não lotada), as luzes são reduzidas e o clássico do AC/DC, "It's A Long Way To The Top (If You Wanna Rock N' Roll)" começa a rolar nos PA's.
Todos já sabiam o que isso significava...
Após a ótima "introdução", Eddie "Fingers" Ojeda e Jay Jay French (guitarras), Mark "The Animal" Mendoza (baixo), A.J. Pero (bateria) e o emblemático Dee Snider (vocais) adentram o palco ao som de "What You Don't Know (Sure Can Hurt You)", faixa de abertura do primeiro álbum do grupo, "Under The Blade".
Daí em diante o que se viu foi uma enxurrada de clássicos despejada sobre os aficcionados metalheads presentes. "The Kids Are Back", "Stay Hungry", "Captain Howdy" e "Shoot 'Em Down" vieram em seguida,
mostrando uma banda impecável, liderada com punhos de aço pelo Sr. Snider, um dos maiores frontmen da história do rock, sem sombra de dúvidas! Além de Dee, todo o grupo tem uma boa presença, Mark espancando seu baixo, Jay Jay aproximando-se da platéia o tempo todo, fazendo caras e bocas, A.J. esmurrando a bateria e Eddie mais contido, porém sempre eficiente.
Mais 2 petardos são executados com perfeição, "You Can't Stop Rock N' Roll" (que teve seu refrão bradado incessantemente pela grande maioria dos presentes) e "The Fire Still Burns". Nesse momento, Jay Jay fez questão de rasgar elogios ao público brasileiro, dizendo que o Brasil foi o único país sul-americano a receber 2 shows da banda, enquanto Argentina, Chile e Bolívia teriam apenas um.
Logo após, o primeiro grande momento de interação entre banda e público: "We're Not Gonna Take It", provavelmente a música mais conhecida do quinteto. A energia que Dee Snider e cia. passam é algo indescritível! Em diversos momentos, o canto em uníssono da platéia encobria a banda, algo impressionante e raro de se ver hoje em dia!
Mais um momento memorável ocorreu em seguida, quando Dee falou da morte de uma das grandes lendas do Heavy Metal, seu "amigo e herói", Ronnie James Dio. A próxima canção seria dedicada à ele, então o quinteto mandou uma versão absolutamente matadora de "Long Live Rock N' Roll", clássico do Rainbow. O público foi à loucura, e ouvir Dee Snider cantando essa música com tamanha perfeição foi de arrepiar, era como se o baixinho tivesse encarnado nele! Vale destacar que, no alto de seus 55 anos, o vocalista continua com a voz impecável, cantando com a mesma técnica, garra e energia de sempre!
O set continou com "I Am (I'm Me)", "Under The Blade" e "The Price", essa última responsável por mais um grande momento do show, onde as luzes foram apagadas e todos levataram seus celulares e isqueiros, formando uma bela imagem.
Durante a pesada "Burn In Hell", o frontman ajoelhou-se no palco, diante de uma luz vermelha, como se estivesse cantando no próprio inferno, lembrando muito o que Dio costumava fazer em "Heaven And Hell". No meio da música foi incluído um competente solo de A.J. Pero, com direito a trechos de clássicos do rock e baquetas com pontas de neon, causando um interessante efeito visual.
Para encerrar a primeira parte do set, nada melhor que o mega-clássico "I Wanna Rock", o momento máximo de interação banda/público da noite! É impossível descrever em palavras o que aconteceu ali, os próprios membros da banda mostravam-se claramente felizes e emocionados!
A banda então deixa o palco, mas em pouco tempo já é possível ouvir nos PA's a famosa intro que diz: "Twisted Sister, Come Out And Play...", precedendo o petardo de mesmo nome, levando novamente os metalheads ao delírio! "S.M.F.", faixa que fecha o clássico "Stay Hungry", foi a responsável pelo encerramento do espetáculo, onde a banda, novamente, elogiou imensamente nosso país, agradecendo o público por fazer do Brasil sua "segunda casa".
Um fato inquestionável é que cada um dos "Sick Motherfuckers" presentes saíram plenamente satisfeitos do local, após mais uma apresentação memorável e inesquecível do Twisted fuckin' Sister em terras tupiniquins! E que venha o próximo!
SETLIST
01 - What You Don't Know (Sure Can Hurt You)
02 - The Kids Are Back
03 - Stay Hungry
04 - Captain Howdy
05 - Shoot 'Em Down
06 - You Can't Stop Rock N' Roll
07 - The Fire Still Burns
08 - We're Not Gonna Take It
09 - Long Live Rock N' Roll (Rainbow)
10 - I Am (I'm Me)
11 - Under The Blade
12 - The Price
13 - Burn In Hell / Solo de bateria
14 - I Wanna Rock
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15 - Come Out And Play
16 - S.M.F.